segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Para Aline


Quer casar comigo?


Se eu não te amasse tanto

Eu me perderia

Porque você me fez indeiro


Se não houvesse te encontrado

Eu jamais saberia

O rosto do meu contentamento


E se eu marcasse meu caminho

Com migalhas de pão

Alimentando os pombos


Mesmo num céu sem nuvens

Ou num dia cinzento

Mesmo antes de ter te conhecido


Como uma pluma carregada pelo vento

Se eu não germinase teu lírio

Então eu jamais teria existido


Se não banhassemos nosso amor

Nas águas do paraguaçu

Se não caminhassemos

Nas areias vespertinas


Como os sorrisos nas fotografias

Que jamais desbotam nem desanimam


Se nada disso houvesse acontecido

Então cabuçu seria apenas parte

Do imenso, arido deserto

Sem fronteiras


Sem fim nem principio

E o mundo inteiro seria um desencontro


Sem sentido


E eu seria apenas um perdido

Entre o adeus e o silencio

Eu seria apenas um poeta esquecido


E o que eu era

Era só metade

Do que me vejo


Pois com você eu sou filho

Sou Homem

Sou pai

E sou marido

Você me completa por inteiro


Quer casar comigo?

domingo, 19 de outubro de 2008

techo do Gosho

Sobre a Alegria e Satisfação dos Seres

(Shujo Sho Yuraku Gosho - Shijo Kingo dono Gohenji)

Nao há alegria e satisfação, exceto a de devotar-se ao Sutra de Lótus. É isto que significa "paz e tranquilidade nesta existência e boas circunstâncias em existências futuras."
Mesmo que ocorram dificuldades, nâo se deve deixar que elas o dominem. Tanto os eruditos, quanto os sábios, delas não podem escapar.
(...)Perceba o sofrimento como sofrimento, e descubra a alegria como alegria. Pondere, tanto o sofrimento quanto a alegria, com a fé e persevere recitando o Nam-Myoho-Rengue-Kyo. Não seria isto "receber a alegria da Lei?". Manifeste ainda mais o poder de uma vigorosa pratica da fé.
Em 27 de junho do segundo ano da Era Kenji (1276) aos 55 anos (Shinpen, pág. 991, Zenshu, pág.1143).

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Sustentando a fé no Gohonzon

Sustentando a Fé no Gohonzon
(Myoshin-Ama Gozen Gohenji - Página 1477)


Recebi seus vários oferecimentos. Estou lhe confiando o Gohonzon para a proteção de sua jovem criança. Esse Gohonzon é o coração do Sutra de Lötus e os olhos de todas as escrituras. É como o sol e a lua no céu, um poderoso governante na terra, o coração num ser humano, a jóia da concessão dos desejos(1) entre os tesouros e o pilar de uma casa.
Quando se abraça essa mandala, todos os Budas e deuses juntam-se ao redor da pessoa, acompanhando-a como uma sombra, e protegem-na dia e noite, como guerreiros guardam seu soberano, como pais amam seus filhos, como peixe precisa de água, como as árvores e plantas anseiam por chuva, ou como os pássaros dependem das árvores. Deve confiar na mesma com todo o seu coração.
Com meu profundo respeito,
NITIREN Monte Minobu em 25 de agosto de1275 aos 54 anos de idade

O Rei da lei

A Prática dos Ensinos do Buda(Nyossetsu Shugyo Sho - páginas 501 a 502)
Está agora claro que os que nasceram nesta terra e aceitaram a fé neste sutra quando, a sua propagação é empreendida nos últimos Dias da Lei sofrerão perseguições ainda mais severas do que as que ocorreram na vida do Buda. Naquela época, o mestre foi um Buda e seus discípulos grandes Bodhisattvas e Arhats. Além disso, o Buda expôs o Sutra de Lótus somente após ter ensinado completamente e disciplinado todos os que estavam para ouvi-lo, inclusive os deuses, os humanos, tanto os leigos como os ordenados, e as oito espécies de seres inferiores.Agora, nos Últimos Dias da Lei, mesmo que o ensino, a capacidade das pessoas e o estágio para a propagação estejam prontos, devemos esperar ainda mais hostilidades, pois esta é a era da incessante confrontação após a Lei Pura ter sido perdida. Além disso, o mestre não é senão uma pessoa comum e seus discípulos vieram entre os ímpios, manchados pelas três impurezas. É por isso que o virtuoso mestre é rejeitado e os maus bonzos são pelo contrário aproximados.O que é mais, uma vez que se tornou um seguidor ou discípulo do verdadeiro devoto do Sutra de Lótus cuja prática está de acordo com os ensinos do Buda, está destinado a defrontar os três poderosos inimigos. Portanto, do exato dia em que começou a ouvir este ensino, deve estar plenamente preparado para defrontar as três espécies de perseguições que são certas de serem mais terríveis após o falecimento do Buda. Embora meus discípulos tenham já ouvido sobre isto, alguns ficaram aterrorizados quando perseguições maiores e menores nos atacaram, chegando ao ponto de abandonarem a sua fé. Não os adverti antecipadamente? Tenho estado ensinando diretamente do sutra --""Desde que há grande hostilidade e contenda contra este sutra mesmo enquanto o Buda vive, é certo de ser mais terrível após o seu falecimento." As palavras "é certo de ser mais terrível após o seu falecimento" que tenho estado repetindo dia e noite, aponta para este exato momento. Não há razão para ficar subitamente amedrontado quando na realidade vê ou ouve sobre eu sendo levado de minha habitação, ferido ou censurado oficialmente duas vezes e exilado a distantes províncias.Questão: O devoto que pratica de acordo com os ensinos do Buda pode desfrutar uma vida pacífica neste mundo. Por que então surgem incessantemente os três poderosos inimigos?Resposta: Sakyamuni defrontou nove grandes perseguições por causa do Sutra de Lótus. No distante passado, o Bodhisattva Fukyo foi ferido com bastões e pedras. Chu Tao Shung foi exilado para o Monte Su, o Bonzo Fa Tao foi marcado na face e Shishi-sonja foi decapitado. Tien-tai, o Grande, sofreu oposição das sete seitas setentrionais e três meridionais, e Dengyo, o Grande, foi ofendido pelas seis seitas na velha capital de Nara. O Buda, estes Bodhisattvas e os grandes santos foram todos devotos do Sutra de Lótus e, todavia, sofreram grandes perseguições. Se negar que eles praticaram de acordo com os ensinos do Buda, então onde pode encontrar os que praticaram? Esta é a era de conflito em que a Lei Pura foi perdida. Além disso, este mau país, o governador, seus ministros e até mesmo a população em geral estão, sem exceção, manchados pelo mal. Eles se opuseram ao verdadeiro ensino e, ademais, respeitaram doutrinas e bonzos heréticos. Os demônios, portanto, enfurecidos, invadiram a terra e estão causando os três perigos e sete calamidades.Que tempo desfavorecido é sem dúvida este em que Nitiren , sob ordem do Buda, nasceu nesta terra ! É impossível opor-se ao decreto do Lorde Buda. Assim, tenho posto completa fé no sutra e começado a batalha entre os ensinos provisórios e o verdadeiro. Vestindo a armadura da tolerância e cingindo a espada dos verdadeiros ensinos a bandeira do Myoho-rengue-kyo, a essência dos oito volumes inteiros do Sutra de Lótus. Retesando então o arco da declaração do Buda "a verdade não foi revelada" e entalhando a flecha de "honestamente abandonem os ensinos provisórios, montei na carreta puxada pelo grande boi branco e derrubei os ensinos provisórios. Atacando aqui e ali, refutei as seitas Nembutsu, Shingon, Zen Rtsu e outras. Alguns dos meus adversários fugiram precipitadamente, enquanto outros se renderam e ainda foram capturados, tornando-se meus discípulos. Repeli seus ataques e venci-os, mas uma multidão de inimigos estão para se opor ao único rei da Lei e ao punhado que o segue. Assim a batalha continua ainda hoje."A prática do Sutra de Lótus é Chakubuku, a refutação das doutrinas provisórias." Verdadeiro às letras deste dito dourado, os crentes de todos os ensinos provisórios e seitas serão finalmente vencidos e juntar-se-ão aos seguidores do rei da Lei. Tempo virá em que todas as pessoas entrarão no caminho do Estado de Buda, e a Lei Mística sozinha florescerá por toda a terra. Então, quando todas as pessoas estiverem recitando simultaneamente o Nam-myoho-rengue-kyo, o vento não vergará a ramagem ou os galhos e nem cairá torrencialmente a chuva para cavar a terra. O mundo tornar-se-á calmo e sereno como foi na era de Fu Hsi e Shen Nung na antiga China. Não somente as pessoas serão libertadas do infortúnio e desastre por todas as suas vidas, como também aprenderão a arte de viver longa e plenamente. Observe o tempo em que a eternidade da Lei e do homem será provada. Não pode haver a mínima dúvida a respeito da solene promessa no sutra para uma vida pacífica neste mundo.

maio de 1273 Ilha de Sado - NITIREN DAISHONIN

Felicidade neste mundo

Não há maior felicidade para os seres humanos, que orar o Nam-myoho-rengue-kyo. O sutra diz: "As pessoas lá (em minha terra) são felizes e tranqüilas. "Felizes e Tranqüilas" indica a alegria da Lei. Obviamente, você está incluído entre as "pessoas". "Lá" significa o mundo inteiro, o que inclui o Japão. "Felizes e tranqüilas significa saber que nossa vida - nosso corpo e mente, nós e nosso ambiente - e a entidade de Itinen Sanzen, e o Buda da liberdade absoluta. Não há maior felicidade que ter fé no Sutra de Lótus. Este nos promete "paz e segurança nesta vida e boas circunstância na próxima". Jamais permita que os impasses da vida o perturbem. Afinal, ninguém pode escapar dos problemas, nem mesmo santos ou sábios.
Apenas ore Nam-myoho-rengue-kyo e quando beber sakê, permaneça em casa com a sua esposa. Sofra o que tiver que sofrer. Desfrute o que existe para ser desfrutado. Considere tanto o sofrimentos como a alegria como fatos da vida, e continue orando o Nam-myoho-rengue-kyo, não obstante o que aconteça. Então, experimentará a infinita alegria da Lei. Fortaleça a sua fé mais do que nunca.
Com meu profundo respeito,NitirenEm 27 de junho de 1276(Fonte: END, vol III, páginas 199)

Poema Maldito Sobre o amor

Eis uma reliquia, um poema meu de aproximadamente 2 anos atraz que acreditei ter perdido... e que surgiu aqui no monitor, repentinamente de meu antigo blog http://comomariposasnoparabrisa.blogspot.com/ cujo a existencia nem me era lembrada mais..
apesar de esse poema n ter muito haver com minha empreitada Budista, por ser demasiado Nietzscheano,, e pessimista, ate mesmo niilista, acho de bom tom lembra-lo com sua verdade brutal, forte mas, realista

Poema Maldito sobre o amor

Amor é só uma palavra
Uma palavra perigosa
E como todas as palavras
As vezes abre uma porta

Amor é só um devaneio
Do egoismo mais sincero
Se quero bem a quem desejo
É que Eu não queroficar triste
ao lher ver passarContrariada

Amor é só uma palavra
Se igual a todo descontento
As vezes amo quem conheço
As vezes amo em silencio

As vezes amo no escuro
As vezes eu me reconheço
No sono obscuro

Amor só é um sentimento
Que nasce do medode ficar sozinho
Amor é só o desatino
De viver no mundo isolado

que projetando o no outro
Se esquece o desterros
E tece a tenda incansavel intento
de buscar felicidade numa palavra
Te amo hoje Te traio amanha.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Musica nas escolas



REFERENCIAL TEÓRICO

O estudioso Louis Porcher em seu livro "educação artística luxo ou necessidade?" fala sobre o impasse que existe para música ser de fato seriamente inserida na educação em seu real contexto, visando o desenvolvimento cultural e outros atributos formadores de consciência nos estudantes. Em seu livro pode-se observar que mesmo sendo ele de outra nacionalidade, no caso francês, o problema real do bloqueio que se faz impedindo um sério direcionamento à educação musical nas escolas, são paradigmas rudes presentes tanto em países de primeiro mundo, como no caso da França, possivelmente outros espalhados na Europa, quanto países emergentes como o Brasil. Ele menciona um consenso antimusical relativamente inconsciente dos que participam pedagogos e pais, que tendem a relativizar a importância do aprendizado de música a um mero aspecto da produção cultural, levando as crianças à surdez da ignorância dos sentidos impedindo o acesso ao orgulho de conhecer, analisar estruturalmente, reconhecer padrões estéticos absorver noção de simetria e conhecimento de harmonia.
Pais e professores cada vez mais ignoram os valores da educação musical, desinteressados por esses conhecimentos, tendem a deixar que apenas os mais curiosos ou predispostos busquem por si esse tipo de desenvolvimento. O qual defrontando-se com uma sociedade onde encontrará pouco reconhecimento e muito menos compreensão da importância desse ofício, caso escolha ser músico, terá que ter uma força de vontade imensurável e um espírito de luta contra esses paradigmas, porém tornando-se uma força de resistência dentre tantas vontades lassas.
Segundo Louis Porcher (1982, p.76) "Entre a carência da educação escolar por um lado e incultura da opinião pública por outro existe sem dúvida um condicionamento recíproco. Um círculo vicioso é difícil vislumbrar como ele poderia ser rompido." Dessa forma então estamos diante de uma questão muito mais complexa do que se imagina, o porquê inserir a música no currículo escolar. Homens como Carl Orff, Kodaly e Martenot desenvolveram brilhantemente suas teorias e métodos, os quais são muito bem aceitos dentre os músicos e educadores como Nicole Jeandot em seu livro "Explorando o universo da música" e o livro "musicalizando as crianças: Teoria e prática da educação musical" que conta com artigos de autores como: Ieda Camargo de Moura, Maria Teresa Trevisan Boscardin e Bernadete Zagonel, dentre outros livros publicados sobre o assunto ao longo das décadas.
Pensar em educação musical é necessário vê-la pela ótica da interdisciplinaridade que vise o desenvolvimento integral dos indivíduos. Levando em consideração o potencial da música para desenvolver diferentes capacidades mentais, motoras, afetivas, sociais e culturais de crianças, jovens e adultos, a qual se configura como veículo privilegiado para se alcançar as finalidades educacionais. Através dessa forma de tão pura e nobre comunicação, que permite ao aprendiz inserir-se em culturas e em contextos diversos, aonde pelo prazer estético se absorve todo tipo de conhecimento e experimentam-se tantas sensações e sentimentos que de outra maneira seriam apenas parcialmente representados.
Grandes filósofos e metafísicos fizeram os mais altos elogios à música, Shoppenhauer a classificou como "a representação mais perfeita da vontade objetivada", Nietzsche escreveu que "na música as paixões encontram finalidade em si", como Sócrates em suas últimas palavras falou de seu único arrependimento, disse ele que devia ter estudado mais música.
Já que a teoria está satisfatoriamente estabelecida e seu significado ante os departamentos de cognições e associações possíveis benéficas ao desenvolvimento da criança e do futuro adulto, o que nos restam são dois problemas fundamentais o legal e o sócio-cultural. Diante do grande impasse entre a multiplicidade de interpretação ao termo "ensino de artes", no qual a música não estava sendo contemplada é que foi elaborado um o projeto de lei, propondo a implantação gradativa da obrigatoriedade do ensino da música na educação básica,
O projeto que prevê alteração da lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996 em andamento no congresso nacional foi sancionado (15 de Agosto de 2008), o vice-presidente em exercício no Planalto, os acréscimos são os seguintes:
Art. 1º O art. 26 da Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido dos seguintes §§:
§ 6º A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2º.
§ 7º O ensino da música será ministrado por professores com formação específica na área." (NR)
Art. 2º Os sistemas de ensino terão 3 (três) anos letivos para se adaptarem às exigências estabelecidas no art. 1º.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
A partir das alterações na lei nº. 9.394, o que nos põe a caminho para a musicalização dos estudantes e utilizando-se das mais otimistas perspectivas das teorias já citadas, é possível perceber que a música é uma prática social, que permite exercitar as várias capacidades como a de ouvir, compreender e respeitar o outro. A aprendizagem musical contribui para o desenvolvimento cognitivo, psicomotor, emocional e afetivo e também para a construção de valores pessoais e sociais de crianças e jovens. A educação musical escolar não deve visar a formação do músico profissional, mas o acesso à compreensão da diversidade de práticas e de manifestações musicais da nossa cultura, bem como de culturas mais distantes.
É preciso agora enfrentar a questão social, sendo que esta mesmo iniciou-se numa educação pulsilamine, e é pela educação mesmo que irá se revigorar, com esse novo fôlego de estima aos que lutam por essa causa.


Texto de Dave Rodriguez e Aline Jezica P Cruz